Há 130 anos, Charles Spurgeon pregou seu último sermão no Tabernáculo Metropolitano, em Londres

Hoje nós do Projeto relembramos que há 130 anos, no dia 7 de junho de 1891, o pastor batista mais famoso da Inglaterra de seus dias, Charles Haddon Spurgeon, pregou pela últimas vez em sua igreja, o Tabernáculo Metropolitano, no bairro de Newington, sul de Londres.
 
Charles Spurgeon desde os anos 1870 tinha constante dores causadas por reumatismo, gota e problemas renais. Sua saúde deteriorou-se mais ainda no fim dos anos 1880, que forçaram que muitas vezes Spurgeon não conseguisse sequer levantar da cama, e em muitas temporadas seus médicos recomendavam que ele tirasse férias no sul da França, considerada com um melhor clima para reabilitação do “último dos puritanos”.
 
Spurgeon tinha muita dificuldade de manter-se em pé e caminhar devido aos frequentes ataques de gota, uma doença que inflama as articulações. Era frequente que Spurgeon se apoiasse no corrimão de sua plataforma no Tabernáculo, e se apoiasse em cadeiras para pregar. Nessa data, em junho de 1891, Spurgeon pregou um sermão em 1 Samuel 30, o sermão n° 2028 chamado “O Estatuto de Davi para a partilha do despojo”. As palavras finais dele foram:
 
“Se Ele nos manda carregar um fardo, Ele também carrega tal fardo conosco. Se houver algo que seja gracioso, generoso, gentil, terno, luxuoso e super abundante em amor, você sempre o encontra Nele. Nestes quarenta anos eu O servi, bendito seja o Seu nome, e eu não tive nada além de amor Dele. Eu ficaria feliz em continuar mais quarenta anos no mesmo serviço querido aqui embaixo, se isso Lhe agradasse. Seu serviço é vida, paz, alegria. Oh, que você se refugie Nele de uma vez! Deus o ajude a se alistar sob a bandeira de Jesus ainda hoje! Amém”
 
E logo após o sermão Spurgeon teve que se retirado do seu púlpito carregado, em dor extrema.
 
Nos meses seguintes Spurgeon ainda viajou para cidade de seus avós, Stambourne, onde ele passou sua infância, e lá escreveu seu último livro completo , “Memórias de Stambourne” . No fim do mês de Outubro, viajou para Menton, sul da França, com sua esposa Sussanah, de onde entraria para Glória em 31 de janeiro de 1892, aos 57 anos.

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#hojenahistória #spurgeon #historiadaigreja

Falece J.I.Packer (1926-2020)

Faleceu hoje, aos 93 anos, o pastor anglicano e professor de teologia, James Innell Packer , mais conhecido como J.I.Packer (1926 – 2020). Ele foi um gigante da fé, da Teologia Reformada e da igreja cristã.

Suas décadas de serviço, ensino e dedicação piedosas para a causa do Reino de Cristo são um legado que será sentido por muitas gerações.

Esse desenho é uma homenagem em louvor ao Senhor pelo reverendo e teólogo anglicano reformado. Uma benção de Deus para Sua igreja pela qual damos graças. Seu livro “O Conhecimento de Deus” foi essencial para nossa caminhada espiritual e me apresentou a outros gigantes do passado, como J.C.Ryle.

Finalmente Ryle, Martin Lloyd-Jones, John Stott e Packer adoram juntos ao Senhor Jesus na glória :

Armando Marcos 

Projeto Spurgeon – 11 anos

Hoje é um dia especial para mim, pois faz 11 anos que criei o Projeto Spurgeon – Proclamando a Cristo Crucificado. Na época, era apenas um blog chamado inicialmente de “Projeto Charles Spurgeon” que eu usava para postar algumas traduções próprias de sermões e textos do Spurgeon que eu lia constantemente em espanhol do site do meu amigo mexicano Allan Roman, hoje já falecido. 11 anos depois, hoje esse Projeto é um dos maiores sites da internet em português sobre a vida e obra de Charles Haddon Spurgeon. Creio que por ele o Senhor abençoou muitos, alem de mim mesmo.
 
Certamente nesses 11 anos o interesse sobre o Spurgeon cresceu absurdamente. Depois dessa iniciativa, muitos outros sites, livros e obras de textos e sermões de Spurgeon surgiram no Brasil, e acredito que nosso Projeto teve um papel nesse aumento de interesse que só o Senhor pode mensurar.
 
Depois de vários altos e baixos, hoje estamos trabalhando para que esse Projeto seja um referencial sobre a vida e obra do chamado príncipe dos pregadores, e estamos repostando vários sermões e livros, bem como trabalhando para uma futura biografia. Orem por esse trabalho 🙂
 
Soli Deo Gloria
 
Armando Marcos – editor e criador de Projeto Spurgeon e Projeto Castelo Forte

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Todo o Evangelho em um Único Versículo – Sermão N° 2300

Capa Uma Visita a Belém SpurgeonN° 2300

Sermão pregado no Domingo

Por Charles Haddon Spurgeon

No Tabernáculo Metropolitano, Newington

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“Esta é uma palavra fiel, e digna de toda a aceitação, que Cristo Jesus veio ao mundo, para salvar os pecadores, dos quais eu sou o principal.” — 1 Timóteo 1:15 (ACF)

Ontem, enquanto conversava com um colega de ministério que tinha sido pastor nos Estados Unidos, lhe perguntei por que estava tão ansioso para regressar a esse país, apesar do clima tê-lo tratado tão mal. Sua resposta foi: “Amo as pessoas para as quais prego.” Eu voltei a perguntar: “Que tipo de pessoas é”? “E ele me respondeu: “São pessoas que se reúnem ansiosas para receber o bem”. Não estão preocupadas em descobrir minhas falhas, mas buscam obter o maior bem do Evangelho que prego.” Então eu lhe disse: “Vale a pena atravessar o oceano para ir ao encontro de uma congregação que conta com esse tipo de pessoas.”

Vocês sabem, meus amigos, que a algumas pessoas acontece o que ocorreu a um amigo com quem eu conversava há alguns dias. Deus tinha abençoado sua Palavra na alma deste amigo, de maneira que ele tinha sido convertido; ele vinha me escutando há algum tempo, por isso lhe perguntei: “A que atribuis o fato de que estiveste aqui escutando-me durante todos os anos passados sem encontrar o Salvador?” “Oh, senhor!” disse-me ele, “temo que foi devido a que eu vinha escutar a VOCÊ, e tendo escutado-lhe, me dava por satisfeito. Mas quando Deus me ensinou a vir aqui para buscar a CRISTO, e ansiar pela vida eterna, então obtive a bênção.”

Portanto, os que leem essa mensagem, e em especial, aqueles que ainda não são salvos, tratem de fazê-lo desta maneira: não se importando com a forma como prego; eu mesmo não dou muita importância a isso, e vocês deveriam se importar muito menos; e tratem de concentrar-se no bem que podem obter desta mensagem. Gostaria que cada um dos meus leitores se perguntasse: “Há alguma bênção de salvação para minha alma no que o pregador escreveu?”

Agora vejam, nosso versículo contém um resumo do Evangelho, portanto posso afirmar que contém o Evangelho completo. Quando vocês recebem notas resumidas de um sermão ou de uma conferência, muitas vezes não podem perceber a alma e a essência deles; mas aqui vocês recebem toda a condensação possível, como se as grandes verdades do Evangelho tivessem sido comprimidas por meio de uma prensa hidráulica sem perder nem uma só de suas partículas. É uma dessas “pequenas Bíblias”, às quais Lutero costumava referir-se; o Evangelho em um único versículo, a essência de toda a Bíblia se encontra aqui: “Fiel és esta palavra e digna de toda aceitação: que Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais eu sou o principal.”

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A Encarnação e o Nascimento de Cristo – Sermão 57

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Nº 57

Pregado na manhã de domingo, 23 de Dezembro, 1855,

Por Charles Haddon Spurgeon,

Em New Park Street Chapel, Southark – Londres.

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“E tu, Belém Efrata, posto que pequena entre os milhares de Judá, de ti me sairá o que governará em Israel, e cujas saídas são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade.” Miquéias 5:2

Essa é a época do ano quando, querendo ou não, estamos obrigados a pensar no nascimento de Cristo. Considero que é uma das coisas mais absurdas debaixo do céu pensar que existe religião quando se guarda o dia de Natal. Não há nenhuma probabilidade que nosso Salvador Jesus Cristo tenha nascido nesse dia, e sua observância é puramente de origem papal – sem dúvida os que são católicos têm o direito de reivindicá-lo – mas não posso entender como os protestantes consistentes podem tê-lo de alguma forma como sagrado. No entanto, eu desejaria que houvesse dez ou doze dias de Natal por ano – porque há suficiente trabalho no mundo e um pouco mais de descanso não faria mal ao povo trabalhador.

O dia de Natal é realmente uma benção para nós, particularmente, porque nos congrega ao redor da lareira de nossas casas e nos reunimos uma vez mais com nossos amigos. No entanto, ainda que não sigamos os passos das outras pessoas, não vejo dano algum em pensarmos na encarnação e no nascimento do Senhor Jesus. Não queremos ser classificados entre aqueles que:

 

“Colocam mais cuidado em guardar o dia de festa

De maneira incorreta

Que o cuidado que outros têm

Para guardá-lo de maneira correta”

 

Os antigos puritanos faziam ostentação do trabalho no dia de Natal, só para mostrar que protestavam contra a observação desse dia. Mas nós cremos que protestavam tão radicalmente, que desejamos, como seus descendentes, aproveitar o bem acidental conferido há essa data, e deixar que os supersticiosos sigam com suas superstições.

Vou de imediato ao ponto que tenho que comentar. Vemos, em primeiro lugar, quem foi Aquele que enviou Cristo. Deus o Pai fala aqui, e diz: “de ti me sairá o que governará em Israel.” Em segundo lugar, de onde veio no momento de Sua encarnação? Em terceiro lugar, para que veio“Para governar em Israel”. Em quarto lugar, Jesus já tinha vindo antes? Sim, já: “cujas saídas são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade.”

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A Chave de Cristo – (devocional)

15 de junho
“O que abre, e ninguém fecha.” (Ap 3:7 ARC1995)
Jesus é o guarda das portas do paraíso; Ele colocou diante de cada alma crente uma porta aberta que nenhum homem nem nenhum demónio lha pode fechar. Que gozo será achar que a fé nEle é a chave de ouro para as portas eternas! Minh’alma, estás tu levando esta chave em teu peito ou estás confiando em alguma chave falsa que, por fim, fracassará? Ouve esta parábola do pregador e recorda-a: O grande Rei fez um banquete e proclamou por todo o mundo que ninguém entraria nele, salvo os que trouxessem a flor mais formosa do mundo. Os espíritos dos homens avançam para a porta aos milhares e cada um deles traz uma flor que estima ser a rainha do jardim, mas eles, em grande quantidade, são empurrados para fora da presença real e não podem entrar na sala do banquete. Alguns trazem nas suas mãos a mortal beladona da superstição, ou a papoila exibicionista de Roma, ou a cicuta da justiça própria, mas como estas flores não agradam ao Rei, os portadores delas são excluídos das portas de pérola. Minha alma, tens tu colhido a Rosa de Saron? Levas tu constantemente no teu peito o Lírio dos Vales? Se assim é, quando chegares às portas do Céu, tu saberás o seu valor, porquanto só tens de mostrar a mais seleta das flores e o Porteiro abrirá. Nem por um momento Ele te negará a admissão, porque para aquela Rosa o Porteiro abre sempre. Tu acharás o teu caminho para o trono de Deus com a Rosa de Saron nas tuas mãos, visto que o Céu não possui nada que sobrepuje a sua radiante beleza, e de todas as flores que florescem no Paraíso, não há nenhuma que possa rivalizar com o Lírio dos Vales. Minh’alma, pela fé obtém em tuas mãos a vermelha Rosa do Calvário; leva-a por amor, preserva-a pela comunhão, por uma vigilância diária fá-la o teu tudo em tudo e tu serás abençoado além de toda a beatitude, feliz além de toda a imaginação. Jesus, sê meu para sempre: meu Deus, meu Céu, meu tudo.
C. H. Spurgeon – “Leituras Vespertinas”
Tradução de Carlos António da Rocha

As Engrenagens da Salvação – Sermão Nº2327

As Engrenagens da Salvação por [Charles Haddon Spurgeon, Victor Silva, Projeto Spurgeon, Rosangela Cruz]Nº2327

Sermão pregado na noite de Domingo 18 de Agosto, 1889

Por Charles Haddon Spurgeon

No Tabernáculo Metropolitano, Newington, Londres.
E também lido no Domingo 24 de Setembro de 1893.

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“Como, pois, invocarão aquele em quem não creram? e como crerão naquele de quem não ouviram? e como ouvirão, se não há quem pregue? E como pregarão se não forem enviados? como está escrito: Quão formosos os pés dos que anunciam o evangelho de paz, dos que trazem alegres novas de boas coisas!” Romanos 10:14,15

A Agonia no Getsêmani

No. 1199

Sermão pregado no Domingo, 18 de Outubro de 1874.

Por Charles Haddon Spurgeon.

No Tabernáculo Metropolitano, Newington, Londres

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LEIA OS “SERMÕES DA PAIXÃO DE CRISTO”

“E, posto em agonia, orava mais intensamente. E o seu suor tornou-se em grandes gotas de sangue, que corriam até ao chão.” (Lucas 22:44)

Quando nosso Senhor terminou de comer a Páscoa e celebrar a ceia com seus discípulos, foi com eles ao Monte das Oliveiras, e entrou no jardim do Getsêmani. O que o induziu a selecionar esse lugar para que fosse a cena de sua terrível agonia? Porque haveria de ser arrastado ai por seus inimigos de preferência a qualquer outro lugar? Por acaso é difícil que entendamos que assim como num jardim a auto-complacência de Adão nos arruinou, também em outro jardim as agonias do segundo Adão deveria nos restaurar? O Getsemani ministra as medicinas para curar os males que foram a consequência do fruto proibido do Éden. Nenhuma flor que tenha florescido nas ribeiras do rio repartido em quatro braços foi alguma vez tão preciso para nossa raça como foram essas ervas amargas que com dificuldade cresciam as margens do enegrecido e sombrio ribeiro de Cedrom o foram.

Por acaso nosso Senhor também não pode se lembrar de Davi, quando naquela memorável ocasião, saiu da cidade escapando de seu filho rebelde, segundo está escrito: “também o rei passou o ribeiro de Cedrom, e passou todo o povo na direção do caminho do deserto.” (2 Samuel 15:23), e ele e seu povo subiram descalços e com a cabeça descoberta, chorando em alta voz enquanto subiam? Eis aqui, Um mais grande que Davi abandonando o templo e se acha desolado, e deixa a cidade que havia rejeitado suas advertências, e com um coração cheio de tristeza atravessa o pestilento ribeiro,  para buscar na solidão um alívio para suas angústias. Mais ainda, nosso Senhor queria que nós víssemos que nosso pecado havia mudado tudo ao redor Dele em aflição, converteu suas riquezas em pobreza, sua paz em duros trabalhos, sua glória em vergonha, e assim também o lugar de seu retiro pleno de paz, onde em santa devoção tinha estado tão próximo do céu em comunhão com Deus, nosso pecado transformou no foco de sua aflição, o centro de sua dor. Ali onde seu deleite tinha sido maior, ali estava chamado a sofrer sua máxima aflição.

Também pode ser que nosso Senhor tenha escolhido o jardim porque, necessitado de qualquer recordo que o ajudasse no conflito, sentia o refrigério que lhe viria ao lembrar-se das horas passadas transcorridas ali com tanta quietude. Ali tinha orado, e obtido força e consolo. Essas enroladas e retorcidas oliveiras o conheciam muito bem; não havia no jardim uma só folha sobre a que Ele não houvera se ajoelhado. Ele havia consagrado esse lugar para comunhão com Deus. Não é nenhuma surpresa, então, que tenha preferido essa terra privilegiada. Assim como um enfermo escolheria estar em sua própria cama, assim Jesus escolheu suportar sua agonia em seu próprio oratório, onde as lembranças dos momentos de comunhão com Seu Pai estariam de maneira vivida diante Dele.

Porem, provavelmente, a principal razão para ir ao Getsêmani foi que era um lugar muito conhecido e frequentado por Ele, e João nos diz: “e também Judas, o que o entregava, conhecia aquele lugar.” Nosso Senhor não desejava se esconder, não precisava ser perseguido como um ladrão, ou ser buscado por espias. Ele foi valorosamente ao lugar onde seus inimigos conheciam que Ele tinha o costume de orar, pois Ele queria ser tomado para sofrer e morrer. Eles não o arrastaram ao pretório de Pilatos contra sua vontade, mas sim que foi com eles voluntariamente. Quando chegou a hora de que fosse traído, ali Ele estava, num lugar onde o traidor poderia o encontrar facilmente, e quando Judas o traiu com um beijo, sua face estava pronta para receber a saudação traidora. O bendito Salvador deleitava-se no cumprimento da vontade do Senhor, ainda que isso implicasse a obediência até a morte.

Chegamos assim até a porta do jardim do Getsêmani, portanto, entremos; porem, primeiro, tiremos os sapatos, como Moises quando viu a sarça ardendo com fogo que não se consumia. Certamente podemos dizer com Jacó: “Que terrível é esse lugar!” Temo diante da tarefa que tenho em minha frente, pois, como meu débil discurso poderia descrever essas agonias, para as quais os fortes clamores e as lágrimas seriam escassamente uma adequada expressão? Quero, juntamente com vocês, repassar os sofrimentos de nosso Redentor, porem, oh, que o Espírito de Deus nos impeça qualquer pensamento fora de lugar ou que nossa língua expresse uma só palavra que seja depreciativa para Ele, seja em Sua humanidade imaculada ou em sua gloriosa Deidade.

Não é fácil quando se está falando de Alguém que é por sua vez Deus e homem, manter a linha exata da expressão correta; é tão fácil descrever o lado divino como se estivéssemos entrincheirados no humano, ou retratar o lado humano às custa do divino. Por favor, perdoem de antemão qualquer erro. Um homem precisa ser inspirado, ou limitar-se nada mais às palavras inspiradas, para poder falar adequadamente em todo momento sobre o “grandioso mistério da piedade,” Deus manifestado em carne. Especialmente quando esse indivíduo tem que refletir sobre Deus manifesto tão claramente na carne sofredora, que as características mais frágeis da humanidade se convertem nas mais notórias. Oh Senhor, abra Tu meus lábios para que minha língua possa  falar as palavras corretas. Continue lendo