Há 130 anos, falecia Charles Haddon Spurgeon, em Menton, sul da França.

Por Armando Marcos

Hoje relembramos os exatos 130 anos quando Charles Haddon Spurgeon, conhecido em seus dias como “O Príncipe dos Pregadores” e “Último dos Puritanos”, o maior pregador batista de língua inglesa da segunda metade do século XIX, entrou na Glória eterna em Cristo, na noite de 31 de Janeiro de 1892. Irei aqui fazer um pequeno apanhado dos acontecimentos que contribuíram para que esse dia ficasse marcado na memória protestante inglesa, e de todo o povo de Deus em geral.

Spurgeon já enfrentava constantes problemas de saúde relacionados com frequentes crises de gota reumática desde os fim da década de 1860. Na década de 1870, ele constantemente passava os meses de inverno na cidade de Menton, um balneário turístico no sul da França, por recomendação de seu médico, que acreditava que os sintomas seriam aliviados pelo clima ameno e quente. Esse local era também frequentado pelo amigo de Spurgeon, George Müller.

Charles Spurgeon, além das funções pastorais, acumulava diversas outras atividades relacionadas ao seu chamado pastoral e filantrópico, como escritor, palestrante, presidente das diversas associações vinculadas ao Tabernáculo como presidente do Colégio de Pastores, o Orfanatos para crianças, a associação evangelística de distribuição de literatura, editor, além de responder milhares de cartas e telegramas, e isso tudo realmente ajudava com que seu labor acumulasse ao ponto da exaustão.

Durante a década de 1880, cada vez mais Spurgeon se ausentava do púlpito pelas crises de gota e também nessa época foi diagnosticado com ‘Doença de Brights’, uma espécie de inflamação renal que o imobilizava frequentemente.

Depois, em 1887-1888, com a polêmica que ficou conhecida como “A Controvérsia do Declive” , na qual Spurgeon lutou pela ortodoxia entre os batistas, muitos autores e colegas de sua época são unânimes em afirmar que esse evento abalou profundamente sua já debilitada saúde, motivo de grande preocupação geral.

No ano de 1891, Spurgeon certamente parecia muito mais velho do que sua real idade, e nesse tempo ele convidou um amigo americano, o pastor presbiteriano Arthur Pierson, para assumir seu lugar no púlpito do Tabernáculo em sua licença medica anual . Spurgeon pregou seu último sermão em Londres em 7 de junho. Nas semanas seguintes, empreendeu uma viagem a cidade em que foi criado com seus avós, Stambourne, no interior inglês, onde junto com um fotografo, escreveu suas memórias dessa época. No fim de outubro, partiu então para Menton acompanhado de seu secretário particular, John Harrald, seu médico particular, e pela primeira vez com sua esposa, Susannah Spurgeon. Entre Novembro e Dezembro seu estado de saúde pirou bastante, e muitos na Inglaterra fizeram grandes campanhas de oração dentre todas as congregações evangélica, desde o batistas até os anglicanos.

No fim do ano de 1891, Spurgeon apresentou uma significativa melhora, o que possibilitou que ele pregasse dois breve sermões de ano novo para seus colegas e amigos que o acompanhavam no hotel em que estavam hospedados. Spurgeon ainda por alguns dias conseguiu escrever cartas e avançar na escrita de seu livro, um comentário ao Evangelho de Mateus. Ele ficou imensamente grato pelas notícias de orações por sua recuperação, e continuaria seu trabalho ao Senhor alegremente, porém, seu estado rapidamente deteriorou-se, e entre o dia 19 e 27, agonizou com diversas dores, convalescendo ao lado de sua esposa. No dia 28, entrou em coma, e aproximadamente às 23 horas de um domingo, dia 31 de Janeiro , Spurgeon faleceu.

No dia seguinte, seu corpo foi preparado e ele foi trasladado para Igreja Presbiteriana em Menton. Assim que a notícia do falecimento saiu, os telégrafos de Menton ficaram congestionados com mensagens de pesar e luto, incluindo do Príncipe de Gales. Londres, a Inglaterra, a América e todo mundo de língua inglesa foram pegos de surpresa com o falecimento de Spurgeon , o qual não eram realmente esperado, considerando que seu estado de saúde sempre foi ruim, mas recentemente apresentara melhora, como relatado acima.

O corpo de Spurgeon então foi trasladado à Londres, e foi velado no Colégio de Pastores durante alguns dias, nos quais os alunos puderam prestar seus respeitos, e também no Tabernáculo Metropolitano, onde durante dias milhares de pessoas visitarem os serviços fúnebres , o que causou grande comoção. Em 14 de fevereiro, foram realizados os serviços finais, nos quais Iain Sankey, amigo de Spurgeon e colega de D.L.Moody, cantou hinos, e muitos pregadores pregaram. Spurgeon foi então levado em cortejo por Londres até o Cemitério de West Norwood, onde o Arcebispo da Cantuária fez uma oração os pastores Pierson e Archibald Brown, colega de ministério de Spurgeon, fizeram suas considerações finais.

Desde então, o corpo de Spurgeon, hoje ao lado de sua esposa Susannah e de seus filhos Thomas e Charles Jr, esperam o dia quando o Senhor voltará e eles se levantarão em corpos ressuscitados para glória final.

Bibliografia consultada 

Spurgeon : Uma nova Biografia, de Arnold Dallimore, PES

Autobiografia de Charles Spurgeon, em 4 volumes, compilado por Susannah Spurgeon

O Spurgeon que foi esquecido, de Iain Murray, PES

Saiba mais sobre C.H.Spurgeon

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